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Foto do escritorSatyananda Apta

Observe sua mente - Parte 2

Nossos pensamentos nos pertencem.

Por pior que sejam as condições externas impostas pela vida, os seus pensamentos ainda lhe pertencem – mesmo que sejam pensamentos de insatisfação, de não conformismo, ainda assim são seus pensamentos.

As decisões que se originam em nossos pensamentos nos pertencem.

Quando você toma uma decisão qualquer, baseada em seu pensamento, essa decisão é legitimamente sua!

Seja ela uma decisão correta ou incorreta, ela é uma decisão sua.

Se for uma decisão correta, produzirá frutos corretos que poderão trazer-lhe a felicidade e a satisfação pessoal; se for uma decisão incorreta, produzirá frutos incorretos que poderão trazer-lhe sofrimentos – mas ainda assim, a decisão ainda é sua.

Se você decide guardar um livro fora do lugar e perde meia hora procurando por ele, esse sofrimento foi causado por você.

As ações que podemos realizar a partir das decisões que se originam em nosso pensamento, nos pertencem.

Note bem que ter a intenção apenas, não basta. Planejar é diferente de agir. Mas, quando você põe em ação as decisões que se originaram em seus

pensamentos, essas ações lhe pertencem.

Os indianos afirmam que tudo que existe durante um pequeno espaço de tempo ou que possa ser tirado de nós pelo tempo, pelos elementos (fogo, água) ou por um assaltante, na realidade nunca nos pertenceu – e isso inclui nosso corpo e todos os bens materiais.

Por outro lado, quando aprendermos, através da meditação, a nos contentarmos com o que realmente nos pertence (nossos pensamentos, as decisões que surgem de nossos pensamentos e que dependam de nós e as ações que podemos fazer a partir de nossos pensamentos) então seremos absolutamente felizes pois o que nos pertence jamais poderá ser tirado de nós.

No entanto, se pretendermos que seja nosso o que não nos pertence (o corpo, a saúde, os bens materiais, as pessoas que amamos), teremos escolhido sofrer eternamente – esse é o verdadeiro inferno.

Não nos pertencem o corpo, as roupas que usamos e nenhum de nossos bens materiais.

À primeira vista, isto pode lhe parecer incoerente, mas procure sentir como o oriental percebe essas coisas.

Se o corpo lhe pertencesse realmente, você jamais ficaria doente, jamais envelheceria e jamais morreria, não é?

Mas você fica doente, você está envelhecendo (a cada minuto) e vai morrer um dia, não é verdade?

E, que eu saiba, você não adoece porque quer; você não envelhece porque tem o desejo de envelhecer e você não morre porque está afim de morrer.

Essas coisas acontecem à revelia de sua vontade – portanto elas não lhe pertencem.

E quanto às suas roupas? Você está usando hoje a mesma camisa que sua mãe lhe comprou quando você era um bebê? (Essa eu queria ver!)

Você está usando a mesma camisa que comprou a dez anos atrás?

Não? E sabe por quê? Porque o tempo consome suas roupas, elas caem de moda, elas não servem mais para você.

Além do mais, não é só o tempo e a moda que tiram as roupas de você; se um assaltante lhe encostar um revólver, ele lhe tirará a camisa se quiser, não é verdade?

Pois bem, se um assaltante pode roubar a sua roupa é porque ela não lhe pertence.

Tudo que um assaltante ou o tempo podem lhe roubar não lhe pertence; eles podem roubar-lhe sua roupa e todos os seus bens materiais porque eles não lhe pertencem, mas eles não conseguem roubar os seus pensamentos, porque eles lhe pertencem.


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