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O budismo NÃO é niilista

Para compreensão dessa questão, verifiquemos primeiro o conceitos de Niilismo e na sequencia o que é o budismo.

Niilismo

Segundo o niilismo, a vida não teria um sentido nem propósito intrínseco. É um conceito que existe desde os tempos antigos e está relacionado com a escola de filosofia do existencialismo, que sustenta que a existência precede a essência. O existencialismo é um ramo do humanismo, uma escola de pensamento filosófico que se concentra na busca do significado da existência humana.

O niilismo é um tema controverso que tem sido debatido desde o seu início, porque algumas pessoas o veem como uma forma saudável de pensar, enquanto outras o veem como uma filosofia destrutiva.

Muitas pessoas acham a vida sem sentido devido às pressões e expectativas sociais. A pressão social pode vir na forma de expectativas familiares ou pressão social para ter sucesso em certas áreas. O niilismo faz as pessoas reexaminarem suas crenças, tentando descobrir por que acreditam no que acreditam. A idéia é alcançar uma compreensão mais profunda de si mesmo e do mundo, a fim de proporcionar uma nova perspectiva da vida. Para o niilista, esta prática pode ter um impacto positivo porque o força a ser introspectivo sobre suas crenças, desenvolvendo uma maior compreensão de si mesmo e das coisas a seu redor. O niilismo não é a crença no nada, mas a aceitação da inerente falta de sentido da vida, um entendimento de que a vida não tem sentido nem propósito intrínseco, direcionando a pessoa a aceitá-la (a vida) e seguir em frente sem perder tempo e energia com coisas que seriam inúteis.

Por outro lado, o niilismo pode levar à falta de motivação e falta de sentimento de propósito. Algumas pessoas acham difícil motivarem-se sem enxergarem um sentido na vida e essa falta de motivação pode levar ao aumento da insatisfação e até à depressão, quando o indivíduo se sente perdido e sem objetivo, com uma visão de mundo negativa e deprimente.

O niilismo pode levar a uma falta de preocupação com as outras pessoas e seu bem-estar, porque a crença na falta de sentido leva também a não acreditar que existe um propósito intrínseco por trás de ajudar/importar-se com os outros, a uma atitude de indiferença em relação aos outros seres e seu bem-estar, o que pode ser extremamente prejudicial para a sociedade. O niilismo pode ter um impacto positivo ao ajudar na libertação das expectativas sociais e ao ajudar a aceitar possíveis traumas do passado ao vê-los sem sentido intrínseco, porém, pode ser visto como uma desculpa para indivíduos que não querem assumir a responsabilidade por suas ações, ao não verem sentido em assumir essas responsabilidades em virtude do não-propósito da vida.

O budismo é erroneamente classificado como niilista porque não defende a aniquilação do significado ou propósito, mas sim a aniquilação do sofrimento/insatisfação.

Budismo

O Buda condenou o pensamento análogo ao niilismo de forma muito clara e enfática, apresentando o objetivo de alcançar a iluminação e a libertação do sofrimento através do que se tornou a prática budista. Em contraste ao niilismo, que nega o valor da vida, no budismo encontra-se seu sentido compreendendo o sofrimento.

A filosofia budista busca trazer um sentido mais profundo à vida. Através de práticas como a meditação e a vivência do chamado Caminho Óctuplo, abre-se uma estrada de autoconhecimento e transformação pessoal. O Caminho Óctuplo é também apresentado nas diversas tradições budistas como a Senda Reta de Oito Partes. Para os budistas, a Senda Reta de Oito Partes é o caminho ideal para se viver, pois distância o indivíduo da insatisfação – aponta para o não-sofrimento, a não-dor e a paz para todas as pessoas e não somente a quem o segue. Trata-se de uma senda fundamentada em moralidade, sabedoria e que levará à iluminação. As oito partes são interpretadas pelo Budismo Niskama Karma como: Compreensão Correta, Aspiração Correta, Fala Correta, Ação Correta, Meio de Subsistência Correto, Esforço Correto, Consciência Correta e Meditação Correta.

Por meio das práticas, sobretudo da meditação e da compreensão da impermanência e de que é necessário aplicar e agirmos com desapego (leia sobre a diferença entre desapego e indiferença na postagem anterior), nos esforçamos para compreender a natureza da realidade e para nos libertarmos do sofrimento e da angústia. Ao reconhecer o sofrimento da vida e sua impermanência, podemos aprender a aceitar e apreciar a vida no momento presente.

É em virtude de sua ênfase no sofrimento, na impermanência e no desapego que o budismo pode ser erroneamente classificado como niilista por aqueles que não entendem seus princípios subjacentes.

Muito bem, veja que o budismo não nega o valor da vida, mas busca entendê-la e encontrar alegria no momento presente. Os budistas são encorajados a confrontar a insatisfação e a impermanência a fim de superá-los e, então, encontrar a paz. Isso está em total contraste com o niilismo, que procura negar o significado. O budismo não é niilista; busca desvendar a beleza da vida, mesmo em meio ao sofrimento. Em vez de uma negação da vida, o budismo é uma afirmação dela. Ele oferece um método para encontrar a paz por meio do envolvimento com a realidade da vida, ao invés em vez de fugir dela.



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